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sexta-feira, 23 de março de 2012

Game análise - Resident Evil: Operation Racoon City.



Plataforma: Xbox 360, Playstation 3 e PC
Produção: Capcom
Desenvolvimento: Slant Six


Visual: 7,0
Jogabilidade: 3,5
Aúdio: 10
Diversão: 6,0








NOTA FINAL: 6,6


TRAILER




ANÁLISE

O game começou como uma boa ideia. Colocar o jogador na pele da Umbrella pela primeira vez e permitir que ele reviva o incidente em Raccoon City do lado dos vilões. Em vez do terror tradicional, criar um game de tiro, dando novo ares à infecção e exibindo, de forma frenética, todo o caos que antecedeu a explosão que varreu a cidade do mapa.
Para a Capcom, o game (que foi colocada nas mãos da desenvolvedora Slant Six) também significava a entrada em um novo território e uma boa chance de faturamento. Com Operation Raccoon City, a empresa poderia levar Resident Evil também aos fãs de jogos de ação, um nicho dominado pela franquia Call of Duty e que movimenta milhões de dólares todos os anos.




Jogabilidade.

A experiência com o game passa bem longe de ser satisfatória. E se há um elemento responsável por isso, é a jogabilidade. Muitas vezes, o jogador se verá transformado em alvo fácil para os inimigos devido a controles que não respondem, barreiras invisíveis que impedem a locomoção ou parceiros controlados pelo computador que são simplesmente estúpidos.
O controle, apesar de trazer o layout padrão de jogos dos jogos de tiro, não conta com algumas funções básicas, que fazem muita falta. Não é possível, por exemplo, pular ou andar abaixado. 
Em Resident Evil: Operation Raccoon City, o modo de cobertura funciona por aproximação, ou seja, basta chegar perto de um obstáculo para ativá-lo. Muitas vezes, porém, você verá seu soldado realizando essa ação quando, na verdade, tudo o que você queria era pegar um item que está sobre uma mesa.


Falando em itens, boa sorte ao tentar obtê-los durante os combates. Muitas vezes, o prompt de comando para coletá-los simplesmente não aparece, obrigando que o jogador se afaste e aproxime-se novamente. Imagine-se nesta situação em um momento crítico, em que você está com pouca energia e diretamente em cima de uma erva verde, mas sem poder usá-la devido à falha na programação.
A inteligência artificial também merece destaque, só que ao contrário. Se você já se irritou o suficiente com os parceiros bem burros de Resident Evil: Outbreak, prepare-se para repetir a experiência em Operation Raccoon City. No game, seus companheiros de time mais servem para atrapalhar.
Os membros do Wolfpack, quando controlados pelo computador, não hesitam em correr com tudo em direção a armadilhas ou inimigos bem mais fortes do que eles. Também são incapazes de coletar itens de cura no cenário, para recuperar seus próprios ferimentos. Ainda, costumam se amontoar nas portas, deixando todos os soldados entalados, e gostam de passar bem na frente da linha de tiro entre o jogador e seus inimigos, causando o desperdício de balas.


Claro, o game é totalmente voltado para o modo online. Isso, porém, não é desculpa para que a inteligência artificial seja completamente deixada de lado.
Ainda, o jogo sofre com bugs e travamentos constantes. Muitas vezes, o jogo simplesmente congela durante uma tela de loading, um problema bastante comum no modo online. Também é possível ver personagens e inimigos girando em círculos, barreiras invisíveis que impedem a locomoção e oponentes que surgem do nada ou atravessam paredes.





Visual. 

Na parte gráfica, Resident Evil: Operation Raccoon City não impressiona. Apesar de não apresentar visuais ruins, o game está longe de apresentar a mesma qualidade de títulos como Resident Evil 5.
Os modelos de personagens, criados exclusivamente para este game, são bem esquisitos. Apesar de serem vistos à distância na maioria do tempo, Leon, Claire e Nicholai apresentam rostos chapados e sem expressão alguma. Além disso, todos os protagonistas e inimigos apresentam um estranho brilho, como se estivessem banhados em óleo.
Os cenários, por outro lado, são bem interessantes. Lotados de elementos, eles realmente transmitem a grandiosidade dos laboratórios da Umbrella ou o caos pelo qual passa Raccoon City. Infelizmente, os ambientes são incrivelmente escuros, escondendo boa parte de seus elementos.


Apesar de enormes e lotados de elementos, os locais de Resident Evil: Operation Raccoon City pecam pela falta de variedade. Peças de decoração, computadores, caixas e diversos outros artigos são repetidos à exaustão, muitas vezes dando a impressão de que você está andando em círculos.

Melhor online.

Resident Evil: Operation Raccoon City mostra sua verdadeira cara quando jogado online. Desenvolvido desde o início para este fim, o título traz não apenas um modo cooperativo para quatro jogadores como também uma série de modalidades competitivas que, apesar de não apresentarem grandes novidades em relação a outros games do gênero, ganham novos ares com a adição de zumbis e armas biológicas.
O game não é fácil e, na maioria das vezes, exige que o jogador atue de forma coordenada com os outros membros da equipe e pense em diversas estratégias de ataque. É preciso estar sempre em movimento, buscando maneiras de surpreender os inimigos. A dificuldade é alta, chega a ser hardcore demais em alguns momentos, como na batalha contra dois T-103.
Os modos competitivos Heroes e Survivor são os mais interessantes. O primeiro dá ao jogador a oportunidade de controlar personagens clássicos da franquia que nem mesmo chegam a aparecer durante a campanha. Já o segundo é uma corrida frenética pela sobrevivência na qual vence quem for mais rápido no gatilho. Ignorando os travamentos e longos tempos de carregamento, são estes os melhores modos.
O progresso do jogador é compartilhado entre a campanha e o multiplayer, permitindo que os pontos de experiência sejam compartilhados em todos os modos.



Homenagem aos clássicos.

Em grande parte, Resident Evil: Operation Raccoon City é uma experiência bem diferente da que estamos acostumados. O foco total na ação, porém, não significa que todos os elementos que tornaram a franquia um sucesso foram deixados de lado.
Ao contrário da maioria dos games de tiro, aqui é preciso estar sempre de olho na munição. Apesar de balas estarem espalhadas por todos os ambientes, nem sempre é possível chegar até elas devido à ação dos inimigos. Sendo assim, o jogador deve economizar tiros e ser preciso se desejar seguir em frente sem problemas.
Os cenários continuam vastos e lotados de itens, que variam desde munição e granadas até discos com dados (que liberam itens na galeria do game) e outros artigos secretos. Assim como nos jogos anteriores, há um grande incentivo à exploração de cada canto dos ambientes uma vez que eles estiverem livre de oponentes.


Todo mundo sabe que Resident Evil: Operation Raccoon City não é um episódio canônico, ou seja, seus acontecimentos não devem ser levados em conta para a cronologia da série. Isso, porém, não significa que a Slant Six tomou toda a liberdade que quis com a trama. Pelo contrário, o game respeita o folclore da série e possui poucas inconsistências em relação aos originais.


Tirando, é claro, a possibilidade de matar Leon ou Claire, a maioria das modificações ocorre nos mapas de locais já conhecidos. Enquanto a delegacia de polícia aparece exatamente como em Resident Evil 2, o laboratório de William Birkin, o hospital ou a Dead Factory aparecem completamente repaginados, ao ponto de nem mesmo serem reconhecíveis.



Enredo.

O enredo é completamente vazio. Apesar de ter criado todo um passado para seus personagens, a Slant Six preferiu deixar os membros do Wolfpack insossos durante toda a aventura, mesmo quando enfrentam a inevitável traição da Umbrella. A ausência de cenas de corte, que poderiam direcionar a história, também é um ponto negativo aqui. Pasmem, o time de Spec Ops apresentado em um trailer nem chega a aparecer no modo campanha.


A história rasa é concluída com um final que simplesmente não faz sentido algum e deixa o jogador com a sensação de que o trabalho com o game não chegou ao fim. Não vamos entregar spoilers, apenas dizer que a Slant Six conseguiu estragar completamente um dos momentos mais impactantes de todo o game.

O milagre do Marketing. 

Resident Evil: Operation Raccoon City é a prova concreta dos efeitos de uma boa divulgação. Com trailers e campanhas de marketing, a Capcom e a Slant Six nos fizeram acreditar que estavam prestes a entregar um jogo épico. Isso, porém, não poderia ser mais distante da realidade.
No fim das contas, assim como Resident Evil: Outbreak, Operation Raccoon City permanece como um grande potencial desperdiçado. Ambos são jogos que trazem ideias inovadoras que mereciam um pouco mais de dedicação e emprenho por parte da Capcom.




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