É aniversário de dois anos do blog e fui honrado com a proposta de criar uma postagem em comemoração a isso. Bem, meu nome é Jorge e eu conheci o Ero alguns anos atrás no chat da banda The Kira Justice... Eu sou roteirista do Sonorizando Podcast, que ainda está engatinhando, mas, além disso, eu sou um aspirante a fã de cultura japonesa(bem poser, confesso) e vou falar do meu anime favorito: COWBOY BEBOP
Ok, 3...2...1 let’s Jam.
Cowboy Bebop foi um anime de 26 episódios lançado em 1998 pela Sunrise e traz a direção do aclamado Shinichiro Watanabe (Samurai Champloo, Animatrix). A história é completamente futurista, passada em 2071 quando a expansão espacial fez com que a polícia não fosse suficiente para capturar os bandidos, voltando então para o velho sistema de recompensas, muito explorado nos westerns dos anos 60. E é aí que está a base para o anime.
A trilha sonora, composta por Yoko Kano não deixa a desejar, com bastante músicas instrumentais focadas em Blues e Jazz (Bebop é uma forma de Jazz) mas também grandes obras focadas em uma espécie de pop-rock, sempre bem executada pelo grupo “The Seatbelts”. A questão aqui, é que CowBe consegue pontuar as cenas de ação (que são muitas) com baladas aceleradas tanto quanto consegue um apelo emocional com instrumentais mais lentos.
Recheado de referências pop e homenagens descaradas, como um dos personagens do primeiro episódio claramente baseado em Antônio Banderas (e o próprio episódio foi feito para lembrar bastante o filme “A balada do pistoleiro”), o anime gira em torno de Jet, Spike, Faye, Ed e o cachorro superdotado Ein (derivado de Einstein) e ao contrário da maioria dos animes, não tem uma história linear explicita, um episódio pode parecer apenas um filler, porém está sempre cheio de informações sobre o passado das personagens, mas isso exige que o espectador preste atenção aos diálogos. Porém, não se deixe levar pelo clima melancólico do anime, ele contém muitas piadas e os personagens são bastante caricatos na maior parte do tempo.
Sem dúvida a história é focada em Spike Spiegel, o caçador de recompensas relaxado e aparentemente preguiçoso que é na verdade um habilidoso mestre das artes marciais (principalmente o Jeet Kune Do, técnica de Bruce Lee) e um especialista em vários tipos de armas. A verdade é que Spike tem um passado negro a esconder, mas que eventualmente retorna para assombrar a todos os tripulantes, que na verdade nem sabem a profundidade da história.
Porém a falta de linearidade faz com que a estrela da história seja o grupo e não apenas um personagem. A bela trapaceira Faye Valentine, que hora por outra tenta levar a melhor em cima dos companheiros, também possui um passado que vai sendo revelado pouco a pouco. E, arrisco-me a dizer que um possível interesse mútuo surgiu entre Spike e Faye, sempre de forma bastante velada e sugerida em pequenos diálogos e atitudes de um com o outro.
Um dos personagens mais explorados ao longo do anime é Jet Black. Um ex policial que tem um braço mecânico pois perdeu um em um suposto acidente, que será explicado ao longo da história. Jet é o mais velho do grupo, pelo menos biologicamente (não posso dar spoiler nisso), e age de forma paterna em alguns momentos, dando conselhos e se preocupando com o bem estar do grupo. Não fosse a minha preferência pelo Spike, eu seria fã número um do Jet.
E se existem muitos personagens principais que caem no gosto dos fãs, também não faltam coadjuvantes que cativam em uma cena ou outra de alguns episódios avulsos... Porém, quem rouba a cena muitas vezes é Vicious, o principal vilão da história, ele será odiado em alguns momentos, quase simpatizado em outros... E tem uma língua tão afiada quanto a sua katana. Pois é, em pleno ano 2071 ainda há quem prefira usar espadas. Vicious terá o passado tão explorado quanto os outros personagens, sempre através de conversas, deixando tudo nas entrelinhas.
Se Tarantino gosta de visitar os gêneros de Western, e não me refiro apenas a Django Unchained, Watanabe vai além e busca, também, fazer uma homenagem ao mestre John Woo, que revolucionou o cinema de ação nos anos 80, homenagens e referências a Bruce Lee, que dispensa apresentações. Além de tudo isso, ainda há a exploração de temas filosóficos, como a vida após a morte, vingança, o conceito de realidade.
No fim disso tudo, CowBe se firmou como um nome diferente dentro do gênero e fez um sucesso considerável, tanto é que além do anime foi lançado o filme em 2001 que apresenta uma história completamente spin off em relação ao anime, mas que vale a pena conferir.
Tiroteios dentro de igrejas, saltos cinematográficos, sequências de luta de tirar o fôlego, perseguições, batalhas aéreas e filosofia de botequim a cada 5 minutos de conversa... Tudo isso pode ser encontrado em Cowboy Bebop de uma só vez e com uma trilha sonora de dar água na boca, tá esperando o que pra assistir então?
Adios, cowboy!
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