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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Game análise - Batman: Arkham City




Eu poderia começar esse texto falando que Batman: Arkham Asylum mudou para sempre o modo como vemos jogos baseados em super-heróis e trouxe uma experiência nunca antes vista, adulta, séria e épica ao extremo. Mas eu não vou, porque você já sabe disso. A pergunta é: a Rocksteady conseguiu se superar com Arkham City?
E a resposta não poderia ser outra se não "absolutamente". Jogar a sequência do hit de 2009 é como ver seus sonhos de criança se tornarem realidade, como entrar na pele do maior detetive de todos os tempos (que, ironicamente, passa mais tempo batendo em degenerados do que investigando de fato), uma ótima homenagem à toda a mitologia do homem morcego e, até que provem o contrário, o melhor jogo de 2011.
Os eventos se passam algum tempo após o encerramento do anterior. Com o asilo destruído, parte de Gotham foi fechada e usada como prisão para os criminosos, originando, assim, Arkham City, um lugar onde assassinos, assaltantes e todo outro tipo de escória podem viver livremente - contanto que não tentem escapar. 
Bruce Wayne naturalmente decide investigá-lo e, antes que perceba, está envolvido em uma corrida por sua própria vida enquanto precisa parar Hugo Strange e o Protocolo 10 - que ele nem mesmo sabe o que é. A história é genial à sua maneira e completamente imprevisível. É impossível adivinhar como irá acabar antes de chegar ao final, e esse fator inesperado te deixa ligado à narrativa de uma maneira raramente vista.



Uma das minhas preocupações era de que, com a longa lista de vilões divulgada antes do lançamento, ele não fosse ter tempo de desenvolver todos eles, que todos fossem aparecer rapidamente sem muita importância e/ou sentido de estar lá. Felizmente essas asneiras passaram longe da realidade e cada batalha é mais memorável que a anterior, contando com presenças como o já mencionado Hugo Strange, Solomon Grundy, Pinguim, Mr. Freeze, Charada, Chapeleiro Louco e vários outros.
E é claro que boa parte dessa qualidade se deve aos dubladores, que fazem um trabalho fora de série. Desde o seríssimo Batman, de Kevin Conroy, até o louco Coringa interpretado por Mark Hamill, as escolhas são perfeitas (sendo que esse último é, ao meu ver, uma das melhores versões do personagem). 
Há também um bom senso de descoberta. Ao decidir fazer missões secundárias ou simplesmente escutar conversas de bandidos nas ruas é possível captar detalhes do enredo e ter um conhecimento muito mais amplo sobre o que está acontecendo, e isso ajuda a tornar a experiência mais imersiva.


Mas se a história te faz saber o porquê está lá, é o gameplay quem te faz se sentir como Bruce Wayne. Ao pegar o controle pela primeira vez a sensação é familiar, a base da jogabilidade continua a mesma de Asylum, porém são as pequenas mudanças que acabam fazendo uma grande diferença. O combate, por exemplo, recebeu um pouco mais de profundidade com a adição de botões para "disparos rápidos" de apetrechos como o batarang ou o gel explosivo, que podem ser usados para criar combos mais elaborados.
Obviamente a grande novidade é a Gotham aberta por onde você pode navegar livremente, e é fácil perceber que foi colocado muito trabalho para construí-la. Cada prédio tem um nível de detalhes impressionante e observá-la de um ponto alto é uma visão difícil de conseguir em outros jogos. Navegar pela mesma, então, é ainda mais suave, e correr por prédios ou planar por cima das ruas nunca parece errado ou malfeito.
Tirando a cidade não há nada realmente novo, pois o foco da Rocksteady claramente foi em aperfeiçoar o que ela já havia estabelecido. Você agora pode comprar mais upgrades divididos em categorias (como "predador", "combate" e afins), novos oponentes foram adicionados para tornar os confrontos mais difíceis, o cinto de utilidades tem "brinquedos" inéditos e assim por diante.
E, francamente, não há nada de errado com isso. 


Variedade também não é um problema, e a palavra "detetive" é levada à um outro nível aqui. Nem tudo se trata de socos e pontapés, e muitas vezes você precisará entrar em linhas de comunicação ou rastrear algum indivíduo usando rastros deixados por onde ele passou. É divertido, é bem pensado e impede que o negócio fique na mesmice. Ponto positivo.
Ademais, existe uma quantidade absurda de coisas para se fazer pra garantir que você não o largue tão cedo, como missões secundárias (com vilões que não fazem parte da narrativa), os famosos troféus do Charada para coletar, desafios de stealth... A produtora prometeu cerca de 40 horas de conteúdo e, pra dizer a verdade, eu não duvido que a média seja algo perto disso.
Mas então, ele é perfeito? Bem, provavelmente não, mas eu não consigo encontrar uma reclamação válida. Tem conteúdo transbordando por todos os lados, os controles são precisos e as sequências de ações épicas. Eu poderia reclamar de como bugs acontecem aqui ou ali ou besteiras desse tipo, mas se você jogou o antecessor sabe que não pode esperar nada menos do que excelência, e é isso o que ele entrega aos montes.


Como eu disse lá em cima a cidade é muito bela e, apesar de não dar um salto gigantesco se comparado com Asylum, Arkham City teve melhorias notáveis em seus gráficos. Os modelos dos personagens são extremamente bem feitos também e é difícil encontrar texturas demorando para carregar ou quedas de velocidade. Não dá pra pedir muito mais do que isso.
A trilha sonora mantém o nível dos outros aspectos e tem músicas ótimas, que constroem a atmosfera que o jogo precisa. Já comentei sobre a dublagem mas, caso ainda não tenha captado a mensagem: é batuta.
E esse é Batman: Arkham City, uma compra obrigatória para qualquer um que tenha uma das plataformas em que ele está disponível e um dos melhores jogos de ação já feitos. Cada minuto pode ser aproveitado e o resultado final é memorável.

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